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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Um vasto pensar

Num perene pensar é possível  vislumbrar sobre o passar.
Tudo passa, nós passamos e não nos bastamos de nós mesmos
Tudo é tempo e tempo às vezes é nada
Às vezes no nada somos muito
E no tempo somos nada
Às vezes nada somos e somos escassos  de nós 
Não nos bastamos na vida vivida
A monotonia e a rotina nos faz ser  e sentir que nada somos e nem se quer nos bastamos.
Ao filosofar , vislumbrar o olhar que se dirige ao mais profundo do ser e de si é se deixar encontrar.
E logo sabe-se que somos um eterno e perene pensar que sempre há de passar.

                                                Jhonatan dos Santos Ferreira







''ANTIGONA'' um desfecho à luz da inserção da mulher na vida social.

Antígona e os desafios da democracia e a inserção da mulher na vida social.



Abordando a obra de Sófocles, Antígona, podemos fazer um paralelo relacionando as problemáticas percebidas no texto com a realidade a qual vivemos e fazemos parte.  No que tange o uso da democracia e a inserção da mulher de maneira especial nos meios políticos de nossa sociedade, podemos recorrer às figuras femininas colocadas em evidência na obra. Antígona e Ismene, uma representa o comportamento que era permitido ás mulheres na época, que se baseia na submissão e obediência, e a outra, representa uma ruptura das normas, torna-se uma transgressora diante de sua atitude. Nossa sociedade é marcada por um preconceito em relação à presença da mulher nos meios políticos, e no que diz respeito aos direitos sociais. A atitude de Antígona que por ser mulher interfere de tal modo em questões políticas e democráticas relacionadas com o modo de governar do rei, a partir do momento em que há essa interferência que se dá pelo não cumprimento da lei imposta por ele, Antígona passa a ser passiva na sociedade, isto é, apesar do preconceito de gênero ela age segundo sua liberdade. Tal atitude favorece para repensarmos no uso de nossa liberdade e prática da democracia, algo que é buscado pelos homens, tais como a participação da mulher e de todos os cidadãos em comum de forma engajada e consciente para possibilitar uma discussão - reflexão capaz de abordar a ética para que atuem e assumam a responsabilidade de organizar a sociedade democraticamente, valorizando as igualdades de gênero. Vale apena pararmos para refletir quantas Ismenes ainda existem em nossa sociedade e quantos Creontes são dominadores dos direitos de cada indivíduo, direitos os quais deveriam ser utilizados plenamente tendo como motor a liberdade. Ser livre para opinar, dar sugestões é sinônimo de democracia, todos os cidadãos são portadores desse direito mais às vezes cai em certo comodismo e não faz uso desse direito, deixam se dominar.  Vivemos, fazemos e somos sociedade e uma sociedade que se progredi mediante a democratização proposta, assumir nosso papel na sociedade, ser gestor de opinião e praticar a democracia é um principio para mudar o cenário de uma sociedade que mantém ainda  sistemas  arcaicos os quais nas maiorias das vezes oprimem e desqualificam a dignidade da pessoa. Ainda é comum encontrarmos pessoas que se deixam oprimir e escravizar-se por um sistema que é gerido por uma minoria que só sabe impor normas, essas pessoas oprimidas  podem ser que herdaram o sintoma da passividade mediante uma conduta  e traços socioculturais. A inserção na vida da sociedade se dá mediante a participação consciente de todos, independe de que gênero seja o que percebemos na obra de Sófocles ainda predomina na nossa sociedade, quantas mulheres eram privadas de poder participar na vida política e hoje assumem com responsabilidade e ética moral os postos dos homens, não só na vida política mais também em outras funções da sociedade. A atitude de Antígona foi sem dúvida um marco para se quebrar um preconceito no que diz respeito à inserção da mulher na sociedade sua atitude aboliu certos adeptos culturais.Quando quebrar os preconceitos no qual se afirma que só os homens são capazes de governar, quando os sistemas arcaicos forem excluídos, quando as mulheres e todos os cidadãos passarem usar de verdade a sua liberdade então estaremos dando um verdadeiro passo para contribuir com a construção da nossa sociedade, sendo assim, ela será uma sociedade a qual é construída mediante um sistema que não oprime, não massifica e reconhece que é formada de cidadãos homens e mulheres portadores de direitos iguais.


Jhonatan dos Santos Ferreira- Graduando em Filosofia PUC .MINAS Pré-noviço CICM.Brasil
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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA

Quando foi julgado, acusado de corromper a juventude, Sócrates explicou porque é que lhe seria impossível desistir da filosofia. Tal como Sócrates disse, «uma vida não examinada não merece ser vivida» - do seu ponto de vista, uma vida que não fosse enriquecida pela reflexão filosófica não era melhor do que a morte. Poucas pessoas são chamadas a sacrificar tudo pela filosofia, mas mesmo assim há razões fortes pelas quais a filosofia tem uma importância fundamental.
A mais óbvia é que todos necessitamos de pensar acerca do melhor modo de viver. As práticas convencionais não são automaticamente as melhores práticas, quer digam respeito aos pais e aos filhos, a quem faz as regras e a quem lhes obedece, quer digam respeito às nações ricas e pobres. Todas as pessoas responsáveis necessitam de parar, pelo menos algumas vezes na vida, para reflectir se estão a fazer o que deve ser feito.
Contudo, a filosofia não é apenas importante por causa das questões acerca do modo como devemos conduzir a nossa vida. Os seres humanos são criaturas que pensam, para quem a pura compreensão é um fim em si mesmo. Saber acerca da origem do universo, ou acerca da natureza da consciência, pode não ter importância para o modo como nos comportamos, mas seria ir contra a natureza humana não tentar responder a essas questões. Uma sociedade na qual os seres humanos nunca questionam a natureza fundamental da realidade seria uma sociedade mais pobre.
Qual é exatamente o assunto de que trata a filosofia? O que é que faz de algo uma questão filosófica em vez de uma questão científica ou política? É duvidoso se existe algum assunto que é específico da filosofia. Em vez disso, a filosofia é necessária sempre que enfrentamos questões que não são apenas importantes mas também intelectualmente desconcertantes. É esta última exigência que distingue a filosofia. Há muitas grandes questões por resolver na ciência: Existe vida noutros locais do universo? Quantas forças fundamentais existem? Contudo, estas questões não têm resposta apenas porque ainda não conseguimos acumular provas empíricas suficientes para chegar a uma conclusão. As questões filosóficas levantam um tipo de dificuldade diferente. Quando questionamos se os seres humanos têm livre-arbítrio, ou se os animais têm direitos, a nossa dificuldade não se deve apenas à falta de informação. As próprias questões são confusas. Para fazermos progressos precisamos de analisar os próprios termos - «livre-arbítrio», «direitos morais» - que são usados para colocar as questões. […]
Quando começamos a investigar os termos em que as questões do dia-a-dia são colocadas, vemo-nos rapidamente forçados a pensar acerca das categorias que usamos para dar sentido ao mundo.




Jhonatan dos Santos Ferreira-graduando em filosofia presbiteral /PUC -MINAS



David Papineau - Philosophy: The Illustrated Guide to Understanding and Using Philosophy Today, Duncan Baird Publishers (Trad. João D. Fonseca)

Preparação da mente: indispensável para transformar a vida


Sendo a mente o principal dispositivo da psicologia humana, só nela é possível firmar a esperança lógica de poder experimentar uma mudança favorável e positiva na condução da vida para um futuro melhor, já que isso implicaria tomar contato com o conhecimento que dá ao homem o domínio dos elementos ou das forças que operam no cenário da existência humana. Esse domínio deve ser alcançado mediante contínuos esforços para não frustrar as ânsias do espírito, que busca o caminho de sua liberação pelo conhecimento. É a liberação de todas aquelas limitações que oprimem o homem e o inabilitam para possibilidades maiores no transcurso de sua caminhada pela evolução consciente; liberação da ignorância que adormece sua inteligência e das sombras que obscurecem sua razão, impedindo que o entendimento possa desfrutar a sublime felicidade que implica a posse de tão precioso poder. Preparar a mente deve ser o alvo, o objetivo básico, e para isso terão de tender todos os empenhos da criatura humana, se quiser transformar sua vida limitada e exposta às contingências de uma luta extenuante, e predispor seu espírito a uma nova forma de vida que substitua seu destino incerto por um futuro pleno de ventura. Mas isso não se consegue pelo simples fato de ler um livro, ou dois, ou muitos, nem se aprofundando em teorias, ou seguindo métodos que não passam de belas palavras.

A Logosofia mostra que, para evitar desvios e perda de tempo,
é preciso partir de um princípio inquestionável
Este princípio, que tem de ser sem dúvida alguma o que encaminhe os primeiros passos, está determinado pela lei que rege todos os processos. Isso quer dizer que, se buscamos uma solução X, não devemos obter por resultado uma solução Y. É a incapacidade, pela ausência de conhecimento, que faz os homens se perderem no labirinto de seus próprios pensamentos e idéias. Caso se queira edificar uma existência fértil em produções de elevado benefício, e que todas as ações estruturem um destino melhor e coloquem o homem num lugar privilegiado no conceito do mundo, deve-se começar, como indica a Logosofia, por efetuar um reconhecimento no mundo interno individual, a fim de estabelecer quais são os valores permanentes e com que capacidade de conhecimento se pode fazer uso deles. Se alguém pretende alcançar com êxito os fins do ideal concebido, será necessário munir-se daqueles elementos que propiciem a aquisição de novos valores e permitam dirigir a evolução para um campo de maiores possibilidades. Tais elementos viriam a ser a escolha do ambiente, dos semelhantes e de todas aquelas coisas que representem, para o cumprimento dos objetivos e aspirações, os verdadeiros meios de expressão com os quais se deve conviver e até identificar a própria vida. A Logosofia, ao oferecer os elementos básicos para a realização feliz de cada processo individual, permite que todos não apenas encontrem os meios adequados de que necessitem, mas também obtenham o estímulo necessário para tornar mais grata a tarefa que cada um se impôs.

Trechos extraídos de artigo da Coletânea da Revista Logosofia, tomo 3, p. 15
Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)

FILOSOFIA E PSICOLOGIA EXISTENCIAL



 A CULTURA DO VAZIO 

Descobrir-se enquanto ser em relação às tendências de influências da sociedade e de grupos que circundam o ser,  ser enquanto ser na sua totalidade, enquanto ser que necessita de uma relação com outro ser e com o mundo ao qual ele deve inserir. 
Fatores visíveis correlacionados a inserção do individuo na vida social. O ser mais que um mero instrumento de trabalho, antes de ser ´´ser´´ com o outro e no mundo ele é “ser” no seu mundo próprio, nesse aspecto abrange a sua particularidade no que tange a sua essência; é um espaço que o individuo percebe suas habilidades, vocações e aptidões e a sua possibilidade de colocá-las exteriormente além do seu mundo; aí o individuo passa a contribuir mediante o reflexo de seu mundo pessoal e com suas influências existenciais com seu mundo ao redor e com as relações interpessoais.
Nesse caso ele traz consigo em sua bagagem vastas experiências positivas e também negativas, traz questões existenciais não trabalhadas, é esse um dos fatores que contribuem para que seu mundo social seja divergente – espaço alienado, sendo que cada individuo carrega suas experiências e coloca-as exteriormente de modos diversificados.
No cenário social inúmeras situações podem ser analisadas tendo como base as questões existenciais. A sociedade é reflexo de cada individuo cada ser em sua particularidade influencia o meio em que vive pelo fato de transportar seus adeptos pessoais muita das vezes correlacionados a traumas e questões existenciais mal resolvidas. 
Vivemos hoje diante de uma cultura que podemos intitulá-la “a cultura do vazio”, caracterizá-la por base das influências por ela causada no meio social; são conseqüências de uma cultura do vazio; todas as formas de fuga de qualquer individuo muita das vezes que se entregam a prostituição, as drogas e a marginalização, são esses fatores ligados diretamente as questões existenciais advindas das realidades as quais vivenciaram esses indivíduos antes de se entregarem a tais situações. 
Vivemos em uma realidade de mundo pós-moderno que comunga de idéias individualistas, os valores que visam à manutenção da tradição e normas sociais, uma dimensão coletivista é possível inibir.
Muitos problemas que envolvem a delinqüência em jovens têm chamado atenção nos vários espaços sociais. Buscar encontrar a causa é relacionar aos fatores individuais no que diz respeito à estrutura da personalidade, uma das preocupações que têm sido destacadas insistentemente nos últimos anos têm buscado compreender o porquê de jovens que não passaram ou estão em instituições coercitivas adotarem condutas que tendem a romper com as normas da sociedade, têm prejudicado fisicamente e psicologicamente a si próprio e a seus familiares, aí nasce a criação de gangues e a criação de jogos violentos. 
Tais situações podem ser vistas na maioria das vezes como maneira de justificar como parte da experiência de desenvolvimento pessoal-existencial, expressa a busca em vista da monotonia inter-grupal. Como contexto desse cenário vale ressaltar que estas manifestações de conduta não estão apenas entre os jovens de classe baixa, tendo-os como únicos responsáveis.
 Há uma constante necessidade de reflexão que vise salientar e encontrar tais comportamentos em adolescentes e jovens de classes sociais que são de tais modos atendidos por uma estrutura e organização social, educacional, familiar e economicamente de grande desenvolvimento que grande parte se encontra alienada da realidade em que vive a margem da sociedade. De tal modo independentemente da classe social, e status tais situações de cenário atual se devem as constantes mudanças culturais ocorridas nos países capitalistas nos últimos anos, permitindo assim uma herança de um espírito individualista em toda a sociedade, de um modo especial aos jovens, subordinando-os a interesses e prioridades pessoais o que resulta na “cultura do vazio existencial”.
Descobrir-se enquanto ‘’SER’’ autêntico é um desafio diante da sociedade em que vivemos, é saber não se tornar alienado e não perder de vista que fomos lançados ao mundo, este que por vez representa para o homem o plano na condição de projeto a ser realizado a curto ou longo prazo.
As ameaças voltadas para com a própria existência que se relaciona com o Dasein estão explicitas no mundo. Nessa cultura do vazio a decadência existencial compartilha da alienação do ser.
A tarefa e desafios mediante a tais colocações é saber como desenvolver um olhar de não julgamento à luz das historias e realidades de vida expostas à marginalização neste tempo de pós-modernidade em que os status e posses buscam ofuscar a verdadeira essência do ser. 
Perceber que antes de ser um ‘’ marginal, bandido, ladrão’’ e entre títulos dados pela mídia, é ver que este ser lançado no mundo é sujeito de relações interpessoais e tem uma história familiar e todo um histórico pessoal advindo de um cenário por natureza pré-estabelecido.
Por fim a psicologia existencial tem como finalidade estudar o ser em suas vastas dimensões e a partir desse ponto de partida poder contribuir para com os que passaram pelo conhecimento dessa psicologia adote uma nova maneira de ver o ‘’ser ‘’, podendo assim, nas escutas, aconselhamentos, etc, possibilitarem com cuidado preciso o que confere ao sentido da existência humana, e contribuir para que outros possam se encontrar enquanto ‘’ ser ‘’ e dar um verdadeiro sentido à vida.  

Jhonatan dos Santos Ferreira- graduando em Filosofia presbiteral /PUC- MINAS