Descobrir-se enquanto ser em relação às tendências de influências da sociedade e de grupos que circundam o ser, ser enquanto ser na sua totalidade, enquanto ser que necessita de uma relação com outro ser e com o mundo ao qual ele deve inserir.
Fatores visíveis correlacionados a inserção do individuo na vida social. O ser mais que um mero instrumento de trabalho, antes de ser ´´ser´´ com o outro e no mundo ele é “ser” no seu mundo próprio, nesse aspecto abrange a sua particularidade no que tange a sua essência; é um espaço que o individuo percebe suas habilidades, vocações e aptidões e a sua possibilidade de colocá-las exteriormente além do seu mundo; aí o individuo passa a contribuir mediante o reflexo de seu mundo pessoal e com suas influências existenciais com seu mundo ao redor e com as relações interpessoais.
Nesse caso ele traz consigo em sua bagagem vastas experiências positivas e também negativas, traz questões existenciais não trabalhadas, é esse um dos fatores que contribuem para que seu mundo social seja divergente – espaço alienado, sendo que cada individuo carrega suas experiências e coloca-as exteriormente de modos diversificados.
No cenário social inúmeras situações podem ser analisadas tendo como base as questões existenciais. A sociedade é reflexo de cada individuo cada ser em sua particularidade influencia o meio em que vive pelo fato de transportar seus adeptos pessoais muita das vezes correlacionados a traumas e questões existenciais mal resolvidas.
Vivemos hoje diante de uma cultura que podemos intitulá-la “a cultura do vazio”, caracterizá-la por base das influências por ela causada no meio social; são conseqüências de uma cultura do vazio; todas as formas de fuga de qualquer individuo muita das vezes que se entregam a prostituição, as drogas e a marginalização, são esses fatores ligados diretamente as questões existenciais advindas das realidades as quais vivenciaram esses indivíduos antes de se entregarem a tais situações.
Vivemos em uma realidade de mundo pós-moderno que comunga de idéias individualistas, os valores que visam à manutenção da tradição e normas sociais, uma dimensão coletivista é possível inibir.
Muitos problemas que envolvem a delinqüência em jovens têm chamado atenção nos vários espaços sociais. Buscar encontrar a causa é relacionar aos fatores individuais no que diz respeito à estrutura da personalidade, uma das preocupações que têm sido destacadas insistentemente nos últimos anos têm buscado compreender o porquê de jovens que não passaram ou estão em instituições coercitivas adotarem condutas que tendem a romper com as normas da sociedade, têm prejudicado fisicamente e psicologicamente a si próprio e a seus familiares, aí nasce a criação de gangues e a criação de jogos violentos.
Tais situações podem ser vistas na maioria das vezes como maneira de justificar como parte da experiência de desenvolvimento pessoal-existencial, expressa a busca em vista da monotonia inter-grupal. Como contexto desse cenário vale ressaltar que estas manifestações de conduta não estão apenas entre os jovens de classe baixa, tendo-os como únicos responsáveis.
Há uma constante necessidade de reflexão que vise salientar e encontrar tais comportamentos em adolescentes e jovens de classes sociais que são de tais modos atendidos por uma estrutura e organização social, educacional, familiar e economicamente de grande desenvolvimento que grande parte se encontra alienada da realidade em que vive a margem da sociedade. De tal modo independentemente da classe social, e status tais situações de cenário atual se devem as constantes mudanças culturais ocorridas nos países capitalistas nos últimos anos, permitindo assim uma herança de um espírito individualista em toda a sociedade, de um modo especial aos jovens, subordinando-os a interesses e prioridades pessoais o que resulta na “cultura do vazio existencial”.
Descobrir-se enquanto ‘’SER’’ autêntico é um desafio diante da sociedade em que vivemos, é saber não se tornar alienado e não perder de vista que fomos lançados ao mundo, este que por vez representa para o homem o plano na condição de projeto a ser realizado a curto ou longo prazo.
As ameaças voltadas para com a própria existência que se relaciona com o Dasein estão explicitas no mundo. Nessa cultura do vazio a decadência existencial compartilha da alienação do ser.
A tarefa e desafios mediante a tais colocações é saber como desenvolver um olhar de não julgamento à luz das historias e realidades de vida expostas à marginalização neste tempo de pós-modernidade em que os status e posses buscam ofuscar a verdadeira essência do ser.
Perceber que antes de ser um ‘’ marginal, bandido, ladrão’’ e entre títulos dados pela mídia, é ver que este ser lançado no mundo é sujeito de relações interpessoais e tem uma história familiar e todo um histórico pessoal advindo de um cenário por natureza pré-estabelecido.
Por fim a psicologia existencial tem como finalidade estudar o ser em suas vastas dimensões e a partir desse ponto de partida poder contribuir para com os que passaram pelo conhecimento dessa psicologia adote uma nova maneira de ver o ‘’ser ‘’, podendo assim, nas escutas, aconselhamentos, etc, possibilitarem com cuidado preciso o que confere ao sentido da existência humana, e contribuir para que outros possam se encontrar enquanto ‘’ ser ‘’ e dar um verdadeiro sentido à vida.
Jhonatan dos Santos Ferreira- graduando em Filosofia presbiteral /PUC- MINAS