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quarta-feira, 23 de novembro de 2011


(VII) A CULTURA E O HOMEM
DO LIVRO O HOMEM QUEM É ELE (PAULUS)

    A antropologia filosófica, apresentada nesta obra, é um dos passos iniciais para se chegar a um ponto tão questionado desde os tempos antigos: ‘’ descobrir quem é o homem’’.
      Na abrangência temporal-cultural é proposta uma abordagem partindo de aspectos necessários e julgados pelo autor importante para se chegar à compreensão da origem do homem pautada na inferência cultural; ‘’ Ela propõem descobrir quem é o homem não através do estudo de sua estrutura física ou das suas faculdades espirituais, mas sim mediante o exame de seus produtos culturais.’’ 
     É nesse aspecto que difere a antropologia cultural das outras ciências, que por vezes tentam resolver a esse questionamento por meios físicos – é o caso da biologia.
    Deve se pois conhecer o homem pelos seus efeitos e feitos, tudo isso em recorrência de todas as habilidades presente nele; habilidades que podem ser vistas também no aspecto da infra-estrutura das cidades; ‘’ ...estradas, canais, pontes, ferrovias, trens, catedrais, instrumentos musicais, obras de arte...’’ tudo são contributos para entender o homem na sua totalidade, sendo colocado em questão a cultura. Mais justifica um questionamento, o homem pode ser reduzido apenas a esses aspectos citados? Ou ele é mais do que isso, é fruto de um aperfeiçoamento cultural?
    O autor propõem um estudo do homem tendo como referência o estudo de sua natureza, de seu destino, isso partindo dos aspectos supra-citados anteriormente, mas antes justifica um estudo que seja capaz de definir o que seja a cultura.
Do ponto de vista do autor, ‘’ Da cultura foram dados e podem-se dar várias definições.’’
1.      Definição de cultura – abordagem subjetiva 
‘’É o exercício das faculdades espirituais; mediante o qual elas são postas em condições de dar os frutos mais abundantes e melhores que sua constituição natural permita’’.
A cultura não ultrapassa os nossos limites mesmo buscando dar os melhores frutos colocados pela capacidade espiritual. A cultura intervém de tal modo, mais não ultrapassa a nossa subjetividade. Abrangendo o conceito platônico de Paidéia que é a formação do homem enquanto indivíduo, para além de formar o homem, a educação deveria formar o cidadão, o ideal educativo era, pois, a formação geral que tem por tarefa construir o homem como homem e como cidadão.

2. Definição de cultura – abordagem objetiva
A cultura ‘’... são frutos adquiridos pelo homem mediante o exercício das sua faculdades, seja espirituais, seja orgânicas’’.
É fruto da atuação do homem mediante o meio em que se vive, cultura refere-se a forma de desempenhar tais faculdades rotineiras ( Ponto importante: a cultura se cria dia a dia -  referir-se as distintas culturas existentes e divergentes entre si – vai de um valor de cada povo – de cada realidade.)
MINHA CONCLUSÃO
  Pode-se dizer que a concepção do homem está diretamente ligada aos processos de transformações sociais e seus cenários. Sabe-se que o homem sempre será um grande problema a ser estudado, as inquietações são apontadas pelo fato da abordagem cultural, religiosa, etc.
O homem sempre será alvo de expiação por se tratar de um ser que tende á inserir-se, preservando sua individualidade e personalidade ( subjetividade).
O homem é ser social e político- cultural que estabelece entre si um pacto. É, pois o centro da concepção do homem e o advento do indivíduo ao centro da reflexão filosófica, o que ressalta a importância da abordagem filosófica para o estudo do que seja o homem.
Conclui-se assim que a concepção do homem é dada a cada período abordado no texto e elaborada a cada dia, tendo como ponto de referência os traços culturais, os valores e um grande universalismo antropológico (superação dos conceitos, raças, pátria, etc...).
JHONATAN DOS SANTOS FERREIRA
HIPOTETICAMENTE UMA CULTURA DO VAZIO 

Entende-se mediante a problemática levantada quais são os pontos relevantes que tem possibilitado uma inserção dos indivíduos à uma nova maneira de ver o mundo e consequentemente de inserir nele.
 Vale ressaltar a ruptura do velho com um novo, é neste contexto que  entende-se de forma eficaz o sentido da modernidade, para assim fazer uma leitura do que seja a concepção de homem moderno e qual tem sido sua relação consigo e com  o outros enquanto sendo ele ser relações.
Estudiosos e pesquisadores vem debruçando-se  em teses e pensamentos de existencialistas para assim aproximarem-se de um grande mistério que é a existência humana. Esse longo percurso em busca de compreender o que seja o homem, parte necessariamente do momento em que surge a necessidade de compreender o ‘’EU’’.
 Uma vez que a partir do momento que surgem especulações em torno da existência, automaticamente visa-se compreender o outro, o ‘’eu’’ se torna justificável e um pouco mais compreensível no momento em que se é capaz de compreender a essência da existência, ou seja, quando passa-se  da subjetividade para um sentimento de inter-relação.
Entender o paradoxo da pessoa humana é de extrema relevância para aproximar-se de uma compreensão mais aprimorada do que seja a essência da existência, isso levando em consideração as interfaces que uma sociedade a qual estamos inseridos pode apresentar para a construção de uma identidade pessoal e social sólida.
É importante lembrarmos que o homem sempre foi e será um ser de inquietações e crises, a sociedade apenas dá a sua parcela de contribuição para um maior desenvolvimento dessa angustia, gerando assim em meio ao cenário social uma passividade à uma nova cultura, a qual ousamos intitular; cultura do vazio existencial.
Essa abordagem cunhada pela problemática da existência requer uma identificação no que seja uma vivência autêntica e inautêntica pautada na expressão da noção de ser no mundo que fora difundida de forma ampla pelas ciências humanas desde de que fora formulada por Martin Heidegger em seu tratado Ser e Tempo (Sein und Zeit), de 1927.
No âmbito de uma vivência inautêntica o homem vê-se na necessidade de ter um olhar egoísta a si mesmo em vista de poder satisfazer suas próprias  necessidades e interesses.
 Propõe-se que ao fazer um estudo da cultura do vazio chegar-se-à à conclusão de que o homem sendo ser de inter-relação, não consiga por si só concretizar seus objetivos e necessidades no campo social sem antes prever uma interferência do outro.
 Desemboca aqui o aspecto paradoxal da condição humana, deixando nítido de que nossa existência está sempre dependente da existência do outro (eu sou na medida em que o outro também é) de certa maneira o EU e ou OUTRO não se diferenciam, neste campo a existência é vinculada ao outro.
Essas são as respostas preliminares em vista de uma abordagem em torno da cultura do vazio no mundo contemporâneo.

JHONATAN DOS SANTOS FERREIRA- Graduando em filosofia .PUC.MINAS  
Pré -noviço CICM .BRASIL 

quarta-feira, 14 de setembro de 2011


SIGMUND FREUD E A PSICANÁLISE

 A ESTRUTURA DA PERSONALIDADE /TEORIA DA PERSONALIDADE
Abordagem de algumas terminologias e seus conceitos


1)Terminologias e seus conceitos no campo da psicologia de Freud:

Instintos: No sistema de Freud, representações mentais de estímulos internos que levam uma pessoa a tomar determinadas atitudes.

+Instintos de vida: Impulso de assegurar a sobrevivência do indivíduo e da espécie satisfazendo a necessidade de comida, água, ar e sexo.

+Instintos de morte: Impulso inconsciente na direção da degeneração, destruição e agressão.

 +Impulso agressivo: Compulsão de destruir, subjugar e matar.

(Freud agrupou os instintos em duas categorias: instintos de vida e de morte. O objetivo dos instintos de vida é a sobrevivência do indivíduo e da espécie tentando satisfazer a necessidade de comida, água, ar e sexo. Os instintos de vida são orientados para o crescimento e desenvolvimento. A energia psíquica manifestada pelo instinto de vida é a libido, que pode ser anexada ou investida na representação de objetos, um conceito que Freud chamou de Catexia. EX: se você gosta do (a) seu (sua) companheiro(a) de quarto, por exemplo, Freud diria que a libido está catexizada nele ou nela.)

*Instinto= forças propulsoras que incitam ás pessoas à ação.

 4 COMPONENTES:

Fonte: quando emerge a necessidade, pode ser uma parte do corpo ou ele todo.

Finalidade: é reduzir a necessidade até que mais nenhuma ação seja necessária, e dar ao organismo a satisfação que ele momento deseja.

Pressão: é a quantidade d energia ou força que é usada para satisfazer ou gratificar o instinto.

Objeto: é qualquer coisa, ação ou expressão que permite a satisfação da finalidade original.

Libido: Para Freud, a forma de energia psíquica manifestada pelos instintos de vida, que empurra a pessoa para comportamentos prazerosos.

Catexia: Investimento de energia psíquica em um objeto ou pessoa.
+ Conceitos não contemplados na apostila utilizada pela turma.

Determinismo psíquico: Há uma causa para cada pensamento, para cada memória revivida, sentimento ou ação. Cada evento mental é causado pela intenção consciente ou inconsciente e é determinado pelos fatos que o procederam.

CONSCIENTE: Contanto com o mundo exterior

 PRÉ-CONSCIENTE: Material um pouco abaixo da superfície da consciência.

INCONSCIENTE: Material difícil de recuperar, bem abaixo as superfícies da consciência.





segunda-feira, 7 de março de 2011

O Homem; As Viagens

O homem, bicho da terra tão pequeno
Chateia-se na terra
Lugar de muita miséria e pouca diversão,
Faz um foguete, uma cápsula, um módulo
Toca para a lua
Desce cauteloso na lua
Pisa na lua
Planta bandeirola na lua
Experimenta a lua
Coloniza a lua
Civiliza a lua
Humaniza a lua.

Lua humanizada: tão igual à terra.
O homem chateia-se na lua.
Vamos para marte — ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em marte
Pisa em marte
Experimenta
Coloniza
Civiliza
Humaniza marte com engenho e arte.

Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro — diz o engenho
Sofisticado e dócil.
Vamos a vênus.
O homem põe o pé em vênus,
Vê o visto — é isto?
Idem
Idem
Idem.

O homem funde a cuca se não for a júpiter
Proclamar justiça junto com injustiça
Repetir a fossa
Repetir o inquieto
Repetitório.

Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira terra-a-terra.
O homem chega ao sol ou dá uma volta
Só para tever?
Não-vê que ele inventa
Roupa insiderável de viver no sol.
Põe o pé e:
Mas que chato é o sol, falso touro
Espanhol domado.

Restam outros sistemas fora
Do solar a col-
Onizar.
Ao acabarem todos
Só resta ao homem
(estará equipado?)
A dificílima dangerosíssima viagem
De si a si mesmo:
Pôr o pé no chão
Do seu coração
Experimentar
Colonizar
Civilizar
Humanizar
O homem
Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
A perene, insuspeitada alegria
De con-viver.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE 

sexta-feira, 4 de março de 2011

O HOMEM, TÃO PEQUENO DIANTE DO MUNDO



O homem é um ser que foi plasmado ao mundo e diante dessa condição de ‘’ não escolha’’ ele torna-se ser de mundanidade (exposto ao mundo, jogado no mundo). Nasce,cresce, desenvolve-se e está no mundo, à circunstância de estar no mundo não assegura a nenhuma hipótese de que ele se sinta bem e se sinta parte integrante no mundo, a busca incessante de ser parte desse mundo deve partir do processo de autoconhecimento.
O homem é ser dotado de liberdade e de potencialidades de ir voluntariamente nessa busca de seu autoconhecimento tendo em vista também que ele é ser de transcendência, essa que por sua vez perpassa o tempo e o espaço, ele busca encontrar-se, isso graças ao processo de reconhecimento primeiro, ou seja; quem reconhece sua miséria metafísica diante do mundo tem potências de desencadear a angustia existencial, esta que é parte integrante do cotidiano de qualquer pessoa que tem o conhecimento de sua miséria e pequenez diante do mundo. 
Pode-se dizer que quem vive no mundo anseia sempre por explicações plausíveis para os mais diversos questionamentos que trazem em si questões relevantes da relação do homem no mundo e com o outro, algo que é da natureza do homem.
 O vazio existencial tem movido às pessoas a se locomoverem para tentarem dar um verdadeiro sentido à vida, processo esse que requer por parte dele assumir uma difícil jornada e processo de experimento de seu próprio ‘’ EU ‘’ para se sentir parte de um todo, para humanizar-se.
O homem na sua condição de liberdade pode optar ou não em ir ao encontro desse ‘’eu interior’’ que transcende, esse exercício é um grande arriscar.
Por fim a sensação de pequenez é substituída a partir do momento em que o homem, este que nasce no mundo, vive no mundo, experimenta o mundo e humaniza o mundo tem um profundo encontro que possibilita a alegria de conviver com o mundo e no mundo se sentir parte integrante.

Jhonatan dos Santos Ferreira- graduando em filosofia - PUC .MINAS

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Um vasto pensar

Num perene pensar é possível  vislumbrar sobre o passar.
Tudo passa, nós passamos e não nos bastamos de nós mesmos
Tudo é tempo e tempo às vezes é nada
Às vezes no nada somos muito
E no tempo somos nada
Às vezes nada somos e somos escassos  de nós 
Não nos bastamos na vida vivida
A monotonia e a rotina nos faz ser  e sentir que nada somos e nem se quer nos bastamos.
Ao filosofar , vislumbrar o olhar que se dirige ao mais profundo do ser e de si é se deixar encontrar.
E logo sabe-se que somos um eterno e perene pensar que sempre há de passar.

                                                Jhonatan dos Santos Ferreira







''ANTIGONA'' um desfecho à luz da inserção da mulher na vida social.

Antígona e os desafios da democracia e a inserção da mulher na vida social.



Abordando a obra de Sófocles, Antígona, podemos fazer um paralelo relacionando as problemáticas percebidas no texto com a realidade a qual vivemos e fazemos parte.  No que tange o uso da democracia e a inserção da mulher de maneira especial nos meios políticos de nossa sociedade, podemos recorrer às figuras femininas colocadas em evidência na obra. Antígona e Ismene, uma representa o comportamento que era permitido ás mulheres na época, que se baseia na submissão e obediência, e a outra, representa uma ruptura das normas, torna-se uma transgressora diante de sua atitude. Nossa sociedade é marcada por um preconceito em relação à presença da mulher nos meios políticos, e no que diz respeito aos direitos sociais. A atitude de Antígona que por ser mulher interfere de tal modo em questões políticas e democráticas relacionadas com o modo de governar do rei, a partir do momento em que há essa interferência que se dá pelo não cumprimento da lei imposta por ele, Antígona passa a ser passiva na sociedade, isto é, apesar do preconceito de gênero ela age segundo sua liberdade. Tal atitude favorece para repensarmos no uso de nossa liberdade e prática da democracia, algo que é buscado pelos homens, tais como a participação da mulher e de todos os cidadãos em comum de forma engajada e consciente para possibilitar uma discussão - reflexão capaz de abordar a ética para que atuem e assumam a responsabilidade de organizar a sociedade democraticamente, valorizando as igualdades de gênero. Vale apena pararmos para refletir quantas Ismenes ainda existem em nossa sociedade e quantos Creontes são dominadores dos direitos de cada indivíduo, direitos os quais deveriam ser utilizados plenamente tendo como motor a liberdade. Ser livre para opinar, dar sugestões é sinônimo de democracia, todos os cidadãos são portadores desse direito mais às vezes cai em certo comodismo e não faz uso desse direito, deixam se dominar.  Vivemos, fazemos e somos sociedade e uma sociedade que se progredi mediante a democratização proposta, assumir nosso papel na sociedade, ser gestor de opinião e praticar a democracia é um principio para mudar o cenário de uma sociedade que mantém ainda  sistemas  arcaicos os quais nas maiorias das vezes oprimem e desqualificam a dignidade da pessoa. Ainda é comum encontrarmos pessoas que se deixam oprimir e escravizar-se por um sistema que é gerido por uma minoria que só sabe impor normas, essas pessoas oprimidas  podem ser que herdaram o sintoma da passividade mediante uma conduta  e traços socioculturais. A inserção na vida da sociedade se dá mediante a participação consciente de todos, independe de que gênero seja o que percebemos na obra de Sófocles ainda predomina na nossa sociedade, quantas mulheres eram privadas de poder participar na vida política e hoje assumem com responsabilidade e ética moral os postos dos homens, não só na vida política mais também em outras funções da sociedade. A atitude de Antígona foi sem dúvida um marco para se quebrar um preconceito no que diz respeito à inserção da mulher na sociedade sua atitude aboliu certos adeptos culturais.Quando quebrar os preconceitos no qual se afirma que só os homens são capazes de governar, quando os sistemas arcaicos forem excluídos, quando as mulheres e todos os cidadãos passarem usar de verdade a sua liberdade então estaremos dando um verdadeiro passo para contribuir com a construção da nossa sociedade, sendo assim, ela será uma sociedade a qual é construída mediante um sistema que não oprime, não massifica e reconhece que é formada de cidadãos homens e mulheres portadores de direitos iguais.


Jhonatan dos Santos Ferreira- Graduando em Filosofia PUC .MINAS Pré-noviço CICM.Brasil
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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA

Quando foi julgado, acusado de corromper a juventude, Sócrates explicou porque é que lhe seria impossível desistir da filosofia. Tal como Sócrates disse, «uma vida não examinada não merece ser vivida» - do seu ponto de vista, uma vida que não fosse enriquecida pela reflexão filosófica não era melhor do que a morte. Poucas pessoas são chamadas a sacrificar tudo pela filosofia, mas mesmo assim há razões fortes pelas quais a filosofia tem uma importância fundamental.
A mais óbvia é que todos necessitamos de pensar acerca do melhor modo de viver. As práticas convencionais não são automaticamente as melhores práticas, quer digam respeito aos pais e aos filhos, a quem faz as regras e a quem lhes obedece, quer digam respeito às nações ricas e pobres. Todas as pessoas responsáveis necessitam de parar, pelo menos algumas vezes na vida, para reflectir se estão a fazer o que deve ser feito.
Contudo, a filosofia não é apenas importante por causa das questões acerca do modo como devemos conduzir a nossa vida. Os seres humanos são criaturas que pensam, para quem a pura compreensão é um fim em si mesmo. Saber acerca da origem do universo, ou acerca da natureza da consciência, pode não ter importância para o modo como nos comportamos, mas seria ir contra a natureza humana não tentar responder a essas questões. Uma sociedade na qual os seres humanos nunca questionam a natureza fundamental da realidade seria uma sociedade mais pobre.
Qual é exatamente o assunto de que trata a filosofia? O que é que faz de algo uma questão filosófica em vez de uma questão científica ou política? É duvidoso se existe algum assunto que é específico da filosofia. Em vez disso, a filosofia é necessária sempre que enfrentamos questões que não são apenas importantes mas também intelectualmente desconcertantes. É esta última exigência que distingue a filosofia. Há muitas grandes questões por resolver na ciência: Existe vida noutros locais do universo? Quantas forças fundamentais existem? Contudo, estas questões não têm resposta apenas porque ainda não conseguimos acumular provas empíricas suficientes para chegar a uma conclusão. As questões filosóficas levantam um tipo de dificuldade diferente. Quando questionamos se os seres humanos têm livre-arbítrio, ou se os animais têm direitos, a nossa dificuldade não se deve apenas à falta de informação. As próprias questões são confusas. Para fazermos progressos precisamos de analisar os próprios termos - «livre-arbítrio», «direitos morais» - que são usados para colocar as questões. […]
Quando começamos a investigar os termos em que as questões do dia-a-dia são colocadas, vemo-nos rapidamente forçados a pensar acerca das categorias que usamos para dar sentido ao mundo.




Jhonatan dos Santos Ferreira-graduando em filosofia presbiteral /PUC -MINAS



David Papineau - Philosophy: The Illustrated Guide to Understanding and Using Philosophy Today, Duncan Baird Publishers (Trad. João D. Fonseca)

Preparação da mente: indispensável para transformar a vida


Sendo a mente o principal dispositivo da psicologia humana, só nela é possível firmar a esperança lógica de poder experimentar uma mudança favorável e positiva na condução da vida para um futuro melhor, já que isso implicaria tomar contato com o conhecimento que dá ao homem o domínio dos elementos ou das forças que operam no cenário da existência humana. Esse domínio deve ser alcançado mediante contínuos esforços para não frustrar as ânsias do espírito, que busca o caminho de sua liberação pelo conhecimento. É a liberação de todas aquelas limitações que oprimem o homem e o inabilitam para possibilidades maiores no transcurso de sua caminhada pela evolução consciente; liberação da ignorância que adormece sua inteligência e das sombras que obscurecem sua razão, impedindo que o entendimento possa desfrutar a sublime felicidade que implica a posse de tão precioso poder. Preparar a mente deve ser o alvo, o objetivo básico, e para isso terão de tender todos os empenhos da criatura humana, se quiser transformar sua vida limitada e exposta às contingências de uma luta extenuante, e predispor seu espírito a uma nova forma de vida que substitua seu destino incerto por um futuro pleno de ventura. Mas isso não se consegue pelo simples fato de ler um livro, ou dois, ou muitos, nem se aprofundando em teorias, ou seguindo métodos que não passam de belas palavras.

A Logosofia mostra que, para evitar desvios e perda de tempo,
é preciso partir de um princípio inquestionável
Este princípio, que tem de ser sem dúvida alguma o que encaminhe os primeiros passos, está determinado pela lei que rege todos os processos. Isso quer dizer que, se buscamos uma solução X, não devemos obter por resultado uma solução Y. É a incapacidade, pela ausência de conhecimento, que faz os homens se perderem no labirinto de seus próprios pensamentos e idéias. Caso se queira edificar uma existência fértil em produções de elevado benefício, e que todas as ações estruturem um destino melhor e coloquem o homem num lugar privilegiado no conceito do mundo, deve-se começar, como indica a Logosofia, por efetuar um reconhecimento no mundo interno individual, a fim de estabelecer quais são os valores permanentes e com que capacidade de conhecimento se pode fazer uso deles. Se alguém pretende alcançar com êxito os fins do ideal concebido, será necessário munir-se daqueles elementos que propiciem a aquisição de novos valores e permitam dirigir a evolução para um campo de maiores possibilidades. Tais elementos viriam a ser a escolha do ambiente, dos semelhantes e de todas aquelas coisas que representem, para o cumprimento dos objetivos e aspirações, os verdadeiros meios de expressão com os quais se deve conviver e até identificar a própria vida. A Logosofia, ao oferecer os elementos básicos para a realização feliz de cada processo individual, permite que todos não apenas encontrem os meios adequados de que necessitem, mas também obtenham o estímulo necessário para tornar mais grata a tarefa que cada um se impôs.

Trechos extraídos de artigo da Coletânea da Revista Logosofia, tomo 3, p. 15
Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)

FILOSOFIA E PSICOLOGIA EXISTENCIAL



 A CULTURA DO VAZIO 

Descobrir-se enquanto ser em relação às tendências de influências da sociedade e de grupos que circundam o ser,  ser enquanto ser na sua totalidade, enquanto ser que necessita de uma relação com outro ser e com o mundo ao qual ele deve inserir. 
Fatores visíveis correlacionados a inserção do individuo na vida social. O ser mais que um mero instrumento de trabalho, antes de ser ´´ser´´ com o outro e no mundo ele é “ser” no seu mundo próprio, nesse aspecto abrange a sua particularidade no que tange a sua essência; é um espaço que o individuo percebe suas habilidades, vocações e aptidões e a sua possibilidade de colocá-las exteriormente além do seu mundo; aí o individuo passa a contribuir mediante o reflexo de seu mundo pessoal e com suas influências existenciais com seu mundo ao redor e com as relações interpessoais.
Nesse caso ele traz consigo em sua bagagem vastas experiências positivas e também negativas, traz questões existenciais não trabalhadas, é esse um dos fatores que contribuem para que seu mundo social seja divergente – espaço alienado, sendo que cada individuo carrega suas experiências e coloca-as exteriormente de modos diversificados.
No cenário social inúmeras situações podem ser analisadas tendo como base as questões existenciais. A sociedade é reflexo de cada individuo cada ser em sua particularidade influencia o meio em que vive pelo fato de transportar seus adeptos pessoais muita das vezes correlacionados a traumas e questões existenciais mal resolvidas. 
Vivemos hoje diante de uma cultura que podemos intitulá-la “a cultura do vazio”, caracterizá-la por base das influências por ela causada no meio social; são conseqüências de uma cultura do vazio; todas as formas de fuga de qualquer individuo muita das vezes que se entregam a prostituição, as drogas e a marginalização, são esses fatores ligados diretamente as questões existenciais advindas das realidades as quais vivenciaram esses indivíduos antes de se entregarem a tais situações. 
Vivemos em uma realidade de mundo pós-moderno que comunga de idéias individualistas, os valores que visam à manutenção da tradição e normas sociais, uma dimensão coletivista é possível inibir.
Muitos problemas que envolvem a delinqüência em jovens têm chamado atenção nos vários espaços sociais. Buscar encontrar a causa é relacionar aos fatores individuais no que diz respeito à estrutura da personalidade, uma das preocupações que têm sido destacadas insistentemente nos últimos anos têm buscado compreender o porquê de jovens que não passaram ou estão em instituições coercitivas adotarem condutas que tendem a romper com as normas da sociedade, têm prejudicado fisicamente e psicologicamente a si próprio e a seus familiares, aí nasce a criação de gangues e a criação de jogos violentos. 
Tais situações podem ser vistas na maioria das vezes como maneira de justificar como parte da experiência de desenvolvimento pessoal-existencial, expressa a busca em vista da monotonia inter-grupal. Como contexto desse cenário vale ressaltar que estas manifestações de conduta não estão apenas entre os jovens de classe baixa, tendo-os como únicos responsáveis.
 Há uma constante necessidade de reflexão que vise salientar e encontrar tais comportamentos em adolescentes e jovens de classes sociais que são de tais modos atendidos por uma estrutura e organização social, educacional, familiar e economicamente de grande desenvolvimento que grande parte se encontra alienada da realidade em que vive a margem da sociedade. De tal modo independentemente da classe social, e status tais situações de cenário atual se devem as constantes mudanças culturais ocorridas nos países capitalistas nos últimos anos, permitindo assim uma herança de um espírito individualista em toda a sociedade, de um modo especial aos jovens, subordinando-os a interesses e prioridades pessoais o que resulta na “cultura do vazio existencial”.
Descobrir-se enquanto ‘’SER’’ autêntico é um desafio diante da sociedade em que vivemos, é saber não se tornar alienado e não perder de vista que fomos lançados ao mundo, este que por vez representa para o homem o plano na condição de projeto a ser realizado a curto ou longo prazo.
As ameaças voltadas para com a própria existência que se relaciona com o Dasein estão explicitas no mundo. Nessa cultura do vazio a decadência existencial compartilha da alienação do ser.
A tarefa e desafios mediante a tais colocações é saber como desenvolver um olhar de não julgamento à luz das historias e realidades de vida expostas à marginalização neste tempo de pós-modernidade em que os status e posses buscam ofuscar a verdadeira essência do ser. 
Perceber que antes de ser um ‘’ marginal, bandido, ladrão’’ e entre títulos dados pela mídia, é ver que este ser lançado no mundo é sujeito de relações interpessoais e tem uma história familiar e todo um histórico pessoal advindo de um cenário por natureza pré-estabelecido.
Por fim a psicologia existencial tem como finalidade estudar o ser em suas vastas dimensões e a partir desse ponto de partida poder contribuir para com os que passaram pelo conhecimento dessa psicologia adote uma nova maneira de ver o ‘’ser ‘’, podendo assim, nas escutas, aconselhamentos, etc, possibilitarem com cuidado preciso o que confere ao sentido da existência humana, e contribuir para que outros possam se encontrar enquanto ‘’ ser ‘’ e dar um verdadeiro sentido à vida.  

Jhonatan dos Santos Ferreira- graduando em Filosofia presbiteral /PUC- MINAS