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terça-feira, 13 de outubro de 2015

O NAVIO NEGREIRO



Para nossa reflexão - o racismo na infância


O TESTE DE RACISMO E PRECONCEITO, NOSSAS AÇÕES E EDUCAÇÃO INTERFEREM NESSE RESULTADO? 





A MUSICALIDADE TAMBÉM CONTRA O RACISMO

Gabriel Pensador: RACISMO É BURRICE

RAP DA CONSCIÊNCIA


O BRASIL É ISSO AI ( Martinho da Vila)

NEGRO REI ( Cidade Negra)


BRANCOS E NEGROS( Edson Mendes)

Ninguém nasce racista



SUGESTÕES DE VÍDEOS PARA AULAS E ESTUDO SOBRE A EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE

AÇÕES AFIRMATIVAS / LEI 10.639-03

Combate à discriminação na infância ( I)

Combate à discriminação na infância ( II)



Professores em Ação

Gestão educacional para a diversidade

Curtas para o ensino fundamental

Diálogos: diversidade racial

VISTA MINHA PELE ( 1 de 3)

VISTA MINHA PELE ( 2 de 3)

VISTA MINHA PELE ( 3 de 3)

A verdadeira história da escravidão no Brasil: a contrapartida da Igreja Católica





domingo, 14 de junho de 2015

A LEI 10.639/2003 E A FILOSOFIA ( Vídeos sobre a cultura afro e afro brasileira)

 A verdadeira história da escravidão no Brasil 


Mãe Aninha ( sincretismo religioso e diversidade )


O negro no livro didático 

Comentário sobre a  implementação da Lei 10.639/03

Por uma infância sem racismo


Chico Buarque fala sobre o racismo


Onde você guarda o seu racismo?


Atitudes racistas na infância 

Onde você guarda o seu racismo ? 


Gabriel Pensador





Deixem seus comentários e sugestões 

Prof. Jhonatan dos Santos Ferreira 


MÚSICA E FILOSOFIA









quarta-feira, 18 de março de 2015

MITO E RAZÃO (LOGOS)

Do mito ao logos no contexto filosófico
Iniciamos por caracterizar o mito como forma e estrutura linguística e  narrativa que se organiza trazendo em seus meandros grandes elementos simbólicos, que por si,  se envolvem com o aspecto sagrado, com a própria cosmogonia, cosmologia e entre as afirmativas éticas ao que diz respeito ao preceito dos homens e suas ações na polis; trata-se do ethos que o mito carrega. O mito também por sua vez conta histórias de personagens que em muitas vezes são personificados com as características atribuídas aos deuses, falam também de lugares, narram em seu enredo a tragédia que em suas entrelinhas exerce um papel pedagógico para o campo da ética e moral e personificação ligados ao pensamento imaginário.
Em contraposição ao mito temos o LOGOS que é a atitude reflexiva e racional que o mito pode oferecer, ou seja, o logos é a forma de reler o mito com base na razão e reflexão, esse é expresso pelo logos que por sua vez vai ao encontro da atividade filosófica que consiste em interpretar as coisas como realmente são.
Passamos agora há uma possível intertextualidade quando trazemos em pauta os Sofistas e Sócrates, discorremos neste âmbito no intuito de colocá-los com defensores do logos, justamente por serem pensadores e utilitários da razão e da reflexão e não mais vinculados ao aspecto meramente mitológico, religioso instaurados no cenário da Grécia Antiga.
Sócrates por sua vez foi um filósofo que surgiu depois dos pré-socráticos que  eram filósofos da physis, ou naturalistas que se preocupavam em encontrar a origem de tudo (cosmologia) nas teses naturalistas, já os Sofistas eram tidos como filósofos viajantes que comercializavam seus ensinamentos, eram dotados de conhecimento, mas agiam de modo não virtuoso, comercializando a sabedoria. Sócrates por sua vez era filósofo que se identificou com o valor da verdade, disso, Sócrates saia pela "Ágora" espécie de praça ensinando os jovens, uma grande preocupação desse pensador era em evitar que a corrupção gerada pela mentira, pudesse adentrar a vida na pólis, ele era o pensador que dialogava a favor da virtude no campo político. Ao contrário dos Sofistas que ensinavam em troca de dinheiro e sem nenhum critério virtuoso.
Vimos portanto, que existe com o surgimento da filosofia uma ruptura com o critério mitológico como forma de saber, na realidade o mito não é banido do pensamento grego, mas a filosofia – reflexão e a razão ocupam seu lugar.

Texto: Jhonatan dos Santos Ferreira

GÊNERO E VIOLÊNCIA (texto apresentado ao GDE UFMG)

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: ENTRE AÇÕES E EMBATES
Inicialmente buscaremos desenvolver uma breve contextualização compreendendo a violência contra a mulher ou violência domésticas sendo essas um modo de violação dos direitos humanos, isso motivado muitas vezes pelas formas de como são tratadas as mulheres no cenário brasileiro, sabemos que permeia historicamente uma onda de preconceito, discriminação e dominação advindos da diferenciação de gênero. 
O cenário de dominação e hegemonia[1] contribui de modo significante para que casos de violências continuem acontecendo nas realidades domésticas, um fenômeno antes silenciado pelo medo e temor. A violência doméstica sempre existiu no seio de muitas famílias brasileiras as quais em grande parte se enquadram em uma realidade socioeconômica não muito favorável e onde o companheiro exerce um papel de dominador e opressor. Aqui não temos a pretensão de alegar que a violência contra a mulher ocorre apenas em cenários sociais mais desprovidos de acessibilidades, ao contrário, visamos demonstrar que esse fenômeno está passível de existir em qualquer cenário social. Disso Maria Filomena Greogori considera que:
[...] Tendo suas práticas voltadas para os segmentos populacionais específicos, o pressuposto que orienta a ação dessas organizações é que a universalidade dos direitos só pode ser conquistada se a luta pela democratização da sociedade contemplar a particularidade das formas de opressão que caracterizam as experiências de um dos diferentes grupos desprivilegiados.( GREGORI, p.167)

O crime de violência doméstica é enraizado no viés da hegemonia e diferenciação, isso, no sentido de que a mulher sempre foi desprovida de direitos considerados igualitários, o lugar da mulher na sociedade sempre foi delimitado, consideramos ser esse fato, mais um dos entraves que dificultam pensar políticas públicas interventivas e preventivas que surjam efeitos.
A atual realidade brasileira conta com a existência de políticas públicas para atender a demandas e reivindicações da mulher, isso, é resultado da luta de movimentos sociais, ONG’s, entidades não governamentais e estatais e também de movimentos feministas[2], são movimentos que compreende-se como uma organização que visa manifestar contra todas as formas de preconceito, discriminação, cárcere, injúria, agressões físicas e morais motivados as vezes pela diferenciação de gênero ou pela personalidade agressiva do companheiro. 
Nesse sentido, esses movimentos atuam em rede tendo em vista ser um meio eficaz e atuante na sociedade como um todo, agindo assim, de tal modo a denunciar, requerer, pensar ações na esfera pública e manifestar fazendo valer os direitos da mulher na sociedade e no seio familiar.
Nos estudos dos artigos percebemos a tentativa dos autores em caracterizar a violência contra mulher em contraposição as outras formas de violências de gênero existentes, a exemplo disso, a violência conjugal, doméstica e/ou familiar, existe, pois, um  embate em intervir nessas formas de violências em seus meandros, o que justifica criações de instituições políticas e públicas com linhas de ações especificas, o que consideramos ser o fator que impossibilita um bom resultado nas ações interventivas
Esses desmembramentos não somam de forma construtiva para a mulher que está em situação de risco e ameaças.  Sabemos na realidade que as violências contra a mulher somam apenas uma, o problema aqui, torna-se empecilho linguístico e interpretativo.
Na realidade o que está em pauta é como está sendo atendida a vitima e qual a medida punitiva recebe o agressor, disso, recorremos a Lei Maria da Penha 11.340/2006 decretada pelo congresso nacional e sancionada em 7 de agosto de 2006 vigorando-se em 22 de setembro de 2006. Essa lei também é dotada de limitações e paradoxos que muitas vezes são motivados pela forma de interpretação e definição da violência conforme explicita Debert:
“ A definição de violência contra a mulher no Brasil foi elaborada em meio a uma experiência política inovadora na década de 1980, em que, ao lado de práticas de sensibilização e de conscientização, militantes feministas atendiam mulheres que sofriam violências nos chamados SOS - Mulher.” (DEBERT, p.66)

Em Itabira-MG, de acordo com os nossos mapeamentos, tomamos conhecimento da existência de algumas instituições e organizações que agem na luta e enfrentamento à violência de gênero, a exemplo referenciamos a campanha do laço branco que foi uma iniciativa do poder legislativo com o objetivo de sensibilizar convidando homens a se envolverem na mobilização pelo fim da violência, essa campanha contou com o envolvimento de várias esferas sociais, como movimentos e empresas.
Referenciamos também a Comissão Municipal de Enfrentamento a Violência sexual e doméstica, situada à Av. João Pinheiro, nº 791, Centro, Itabira- Minas Gerais, atende no telefone (31) 3839-2909. A comissão conta com o efetivo de sete profissionais, sendo 1 assistente social, 1 assistente técnica, 5 psicólogas e 1 delegada (DEAM). Essa comissão atua no combate à violência sexual e doméstica, agindo assim pautando os objetivos: Elaboração do plano Municipal de Enfrentamento à violência sexual e doméstica, Mapear e divulgar os dados sobre a violência na cidade, Incentivar a capacitação de profissionais para atuarem na prevenção, Sensibilizar setores da sociedade acerca do problema da violência sexual e doméstica, Interagir com os diversos programas setoriais de órgãos e/ou entidades executoras de políticas públicas que tratem da questão da violência e da família.
O acesso para participar das atividades desenvolvidas é disponibilizado todas as segundas 3ª feiras do mês, às 8:30 h, no auditório do prédio do programa “ Viva a Vida” e os encontros são abertos à comunidade. A principal demanda da cidade é a violência, principalmente, contra mulheres e as crianças. A comissão vê a violência de gênero ou contra a mulher como um fenômeno que surge no seio familiar e não como algo externo ou oriundo a ela.
São tidas como ferramentas e estratégias para o acolhimento das vitimas e recebimento das denúncias, o atendimento em rede, isto é, órgãos e entidades como: a Secretaria Municipal de Educação, o Pronto Socorro, os PSFs, a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM), a Polícia Militar, quando tem conhecimento da violência, encaminham o fato à comissão. Sendo que as denúncias também podem ser feitas por qualquer pessoa que tenha o conhecimento de algum ato de violência contra a mulher. Em 2014, a prefeitura de Itabira assinou o convênio, com o Estado de Minas, no Programa Mulheres das Gerais, em que passa a ter direito de encaminhar as mulheres em situação de risco de vida eminente para as casas de abrigo.
Contudo, percebe-se que existem ações que lutam por intervir nesse fenômeno para que este seja combatido. O silenciamento agora é um dos embates maiores, pois, invisibiliza a mulher em situação de risco, sabemos que ainda há muito que ser feito e repensado nas esferas públicas para que seja eficiente esse trabalho de combate e intervenção. Denunciar é um dos primeiros passos para a diminuição de casos violentos veiculados à agressão física e moral contra mulher.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
    DEDERT e GREGORI. Violência e Gênero: Novas propostas, velhos dilemas. In: Revista Brasileira de ciências sociais. Vol.23. nº 66. 2007.




[1]Hegemonia ou discurso hegemônico: é em si, a condição discursiva que se efetiva pautada e embasada pela influência da prevalência da maioria, ou seja, é o discurso formulado em determinadas situações onde o que é aceito como critério de validade ou de correto é o da maioria. O discurso hegemônico, se relaciona estritamente com a situação de poder. Exercendo o discurso hegemônico, intrinsecamente se efetiva o fenômeno de um tender a ser inferiorizado, “diferente”. Aqui, hegemonia é dominação de gênero, onde a mulher é gênero dominado..
[2] Movimento feminista: age como uma organização de mulheres em vista de manifestar contra todas as formas de discriminação e preconceito oriundos da diferença de gênero. Essa vertente de organização é protagonista na luta de direitos igualitários para as mulheres nas diversas situações na sociedade brasileira. Dialoga com as esferas públicas e políticas.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

“ANTIGONA”: UMA LEITURA À LUZ DA INSERÇÃO DA MULHER NA VIDA SOCIAL E A QUESTÃO DE GÊNERO.

Inicialmente trataremos de abranger a obra “Antigona” de autoria de Sófocles, a qual narra um drama ocorrido na Grécia Antiga, sabe-se que apesar de o fato ter seu desfecho a muito tempo o fenômeno aqui tratado exerce ainda tal predominância no cenário atual. Não podemos negar o legado das escolas filosóficas da Grécia antiga sobre o modo de pensar e agir do ocidente até os dias de hoje. A Tragédia narrada, conta a história da luta de uma irmã que vai contra as ordens e hegemonia do Rei Creonte, ela vai em desacordo com as normas estabelecidas e geradas pela dominação de gênero expressa pela pessoa do Rei. Não obstante dos dias atuais a mulher assume na sociedade um lugar à margem, onde são vistas como minorias e insignificantes nas tomadas de decisões e intervenções que outrora deveriam ser democratizadas.
O paralelo que podemos fazer está relacionado às problemáticas percebidas na realidade social a qual estamos inseridos. No que tange o uso da democracia e a inserção da mulher de maneira especifica nos meios políticos de nossa sociedade, podemos assim,  recorrer as duas figuras femininas colocadas em evidência na obra citada; Antigona e Ismene. Uma representa o comportamento que era permitido ás mulheres na época, que se baseia na submissão e obediência, e a outra, representa uma ruptura das normas, torna-se uma transgressora diante de sua atitude.
A atitude de Antigona que na condição de mulher denota e interfere de tal modo em questões politicas e democráticas relacionadas ao modo de governar de um rei. A partir do instante em que essa interferência se dá pelo não cumprimento da lei imposta pelo rei, Antigona passa a ser ativa na sociedade , isto é, apesar do preconceito de gênero, ela atua pautada na sua liberdade e auto reconhecimento da autonomia e direitos . A atitude dessa imagem feminina favorece para repensarmos na luta por reconhecimento da ação de muitas mulheres espalhadas nas várias esferas sociais. Reler essa obra de Sofócles é um convite a avaliarmos como temos visto as mulheres em seus papeis que ocupam na sociedade civil. De tal modo, precisamos ainda ouvir os diversos movimentos feministas, em vista de escutarmos e interpretamos quais são as reivindicações e direitos almejados.
A participação da mulher de forma engajada e consciente favorece uma discussão e reflexão ao que se refere aos sistemas discriminatórios que permeiam ainda nossa sociedade, instituições, etc. Urge como necessário um espaço que seja capaz se suspender em juízo essas questões de imposições, do machismo, da onda de dominação e hierarquia baseada no fenômeno do gênero, trago o termo fenômeno para caracterizar o termo gênero por ser esse de fato algo que se manifesta/surgem advindo de uma construção da sociedade. Nossa sociedade é marcada por um preconceito em relação à presença da mulher nos meios políticos e no que diz respeito aos direitos sociais, disso, surgem os movimentos feministas que lutam por efetivação dos diretos igualitários das mulheres. Os Movimentos feministas vêm denunciando em suas ações todas as maneiras possíveis que existam em relação as formas de domínio, opressão, desigualdade, abusos, transgressões dos valores da pessoa humana, oriundos da questão de gênero.
Vale a pena pararmos e refletirmos quantas Ismenes ainda existem em nossa sociedade e quantos Creontes são dominadores dos direitos das mulheres. As diversas expressões do preconceito, da intolerância, da hierarquia que oprime e domina, é parte do nosso dia a dia, nesse sentido, o papel da escola como interventora e formadora de opinião e cidadãos passa antes pela ruptura de todos os estereótipos que possam ser gerados pela questão de gênero.
 A escola é uma grande parceira na luta contra esse sistema cristalizado, onde as classes minoritárias são ainda deixadas de lado, onde a intolerância ainda permanece. A luta pela efetivação de direitos deve antes, iniciar na sala de aula, espaço de construção de identidade e de referências, apostar em uma escola que assuma em sua missão o dever de ser protagonista nessa luta pela igualdade e pelos direitos é uma ação concreta para a mudança de cenários.

                                                               TEXTO DE: Jhonatan dos Santos Ferreira
Referência Bibliográfica
SÓFOCLES. A trilogia tebana. Trad. Mário da Gama Kury. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.


UM OLHAR PELA PERSPECTIVA DA IGUALDADE E DA DIFERENÇA

Abordados de modo a contribuir significante para a formação do educador e de qualquer que seja o profissional de educação, a temática da igualdade e diferença suscitada e bem refletida por meio dos artigos e atividades propostas para essa primeira disciplina trouxe de modo a consolidar o desejo por um olhar mais minucioso e reflexivo pelo víeis da igualdade e da diferença. Urge como necessário, trazer em pauta essa temática pelo fato de nossas práticas serem em si preconceituosas e estereotipadas; assumir e identificar as condições que são causadoras dos fenômenos da desigualdade em suas diversas configurações, é um exercício importante em vista de reconhecermos quais as práticas e mentalidades discutidas têm influenciado para quaisquer que sejam as modalidades de tratarem o outro como diferente pautado pelo discurso hegemônico.

O ser diferente, não deveria em hipótese alguma se tornar sinônimo de inferioridade ou de exclusão e alienação em um contexto social, mas ao contrário, isso é, a realidade de nossa sociedade e da demanda de nossas instituições de ensino. Os textos trazidos para essa disciplina agiram de modo a suscitar inquietações antes não pensadas, levantaram os conceitos de hegemonia, poder, cidadania, democracia e entre outros que foram surgindo ao longo das unidades, de tal modo, esses termos vieram intervir na forma de como caracterizamos e compreendemos a problemática da igualdade e da diferença. Sabemos que a carga linguística exerce um poder muito importante para os conceitos e suas aplicabilidades em diversas situações.

Tratar de igualdade e diferença requer fazermos uma releitura de nossas práticas cotidianas em vista de refletirmos o nosso dia a dia, somos sujeitos a questionarmos se nossas ações tem de tal modo favorecido uma politica democrática de inclusão, onde estejam asseguradas juntas e sem controvérsias a noção de igualdade, sendo ela um dos direitos humanos.
1(Nota) Hegemonia ou discurso hegemônico: é em si, a condição discursiva que se efetiva pautada e embasada pela influência da prevalência da maioria, ou seja, é o discurso formulado em determinadas situações onde o que é aceito como critério de validade ou de correto é o da maioria. O dou seja, é o discurso formulado em determinadas situações onde o que é aceito como critério de validade ou de correto é o da maioria. O discurso hegemônico, se relaciona estritamente com a situação de poder. Exercendo o discurso hegemônico, intrinsecamente se efetiva o fenômeno de um tender a ser inferiorizado, “ diferente”.

 2(Nota) Nesse âmbito, trazemos a concepção de identidade, que vem de modo a favorecer uma compreensão desse discurso de igualdade, uma vez que os termos tem em si uma intrínseca relação conforme cita FERREIRA: “O termo identidade supõe em si uma intrínseca correlação ao termo diferença, uma vez que identidade traz em si a capacidade de diferenciar, ou seja, quando afirmamos a identidade indiretamente aceitamos a diferença (o outro). Identificar supõe também negar aquilo que não sou, assim, estou estabelecendo a identidade; identificar é a mesma coisa que aplicar um binarismo, sendo que; afirmar identidade é valorizar o que sou e excluir, classificar como diferente, é a constância entre os opostos, o positivo e o negativo. Identidade é baseada também na expressão de inferioridade e é baseada na relação social de poder.”

As relações de igualdade e diferença podem ser questionadas no sentido de pressupor de que giram apenas em torno da identificação da palavra que por si é carregada de sentido ou ultrapassam sua carga simbológica enquanto termo/conceito, ou seja, o preconceito, a diferença, a intolerância e entre outros conceitos, não só tem o peso etimológico, mas também moral.
Sabemos cotidianamente que os discursos pautados em diferença e igualdade estão no seio da sociedade e das organizações sociais que exercem em si um poder coercitivo muito importante, assim, de tal modo, quando a criança está exposta a um cenário educacional onde se reproduzem de modo errado essas questões levantadas , sabemos de antemão que estamos exercendo inversamente o papel de abordagem das diferenças.

O que vivenciamos, na realidade é um rosto de escola que mistifica e romantiza o discurso de que todos somos iguais em direitos, mas na prática isso se oficializa? Nossas reflexões visam demonstrar que se torna cômodo fingirmos e abafarmos os casos conflituosos as vezes gerados no ambiente escolar, uma vez que, fugir da norma, do padrão, do discurso hegemônico e da área de conforto não é viável; desse modo, podemos avaliarmos se somos meros reprodutores e omissos a muitos casos de preconceitos e acepções que perpetuam na escola, ou se assumimos o papel de interventor dos conflitos. Qual o nosso papel enquanto educador? Vamos ser meros reprodutores das formas de exclusões e violências morais? Vamos aderir ao grupo do discurso hegemônico? Ou nos posicionarmos e sermos agentes de mudança desse cenário?

De suma importância também, essa primeira unidade nos possibilitou a compreendermos que: “ ...questionar a identidade e a diferença como relação de poder,significa problematizar os binarismos que implicam em relações de dominação, branco/não-branco), homem/mulher, heterossexual/homossexual, etc.” (SILVA,2000). Nesse âmbito fica claro que a relação de poder, subordinação, opressão e dominação perpassa pela utopia da igualdade, de tal forma a fazermos a leitura de que toda esse problemática trazida até aqui, não passa de um processo de luta por reconhecimento das classes denominadas, minoritárias e excluídas, são os movimentos sociais, os negros, os imigrantes, os sem terra, enfim, todos os que estão a mercê de um sistema social que classifica e coloca na condição de marginalizado. A luta pelo sentido de igualdade passa antes pelo viés da luta de resistências e conquistas por reconhecimento enquanto pessoa, o que é capaz de resgatar o valor da dignidade.

Se tratando de dignidade da pessoa humana, resgatamos antes o discurso da função do estado em assegurar e favorecer politicas públicas que sejam por si, capazes de ouvir a voz das inúmeras reivindicações por direitos, por reconhecimento, por acessibilidade, por uma educação de qualidade sem acepções, e entre outras demandas. Nesse sentido, em minha interpretação, a escola também deveria ser espaço de formação de consciência cidadã democrática, no ato de intervir de modo a debater e mostrar aos educandos a vertente histórica de lutas desses grupos taxados como minoritários.

As politicas públicas compreendem todas as ações que visam favorecer e assegurar os direitos dos indivíduos em uma sociedade que luta por igualdade e condições de vida digna aos seus membros, ela atua como mediadora e normatiza as leis em vista da efetivação desses direitos, tem por missão escutar e interpretar as demandas apresentadas pela sociedade de modo geral. Surgem nesse cenário, forças que vem a contribuir de forma bem significativa para a efetivação dos direitos e de elaboração de politicas públicas que sejam capazes de reparar um erro de muitos anos em relação à própria desigualdade em suas diversas faces. Sabe-se, que se uma ação foi conquistada no âmbito politico, é sem sombra de dúvidas frutos das reivindicações por mudanças.

A escola é também é uma instituição social e espaço de formação de identidade e de sujeitos, temos a missão e intervir de forma a contribuir para uma sociedade mais justa, democrática e estabelecida no respeito. Nosso papel de professores deve sim ultrapassar a tecnicidade e a política, deve gerar ações concretas no dia a dia, a escola não está submissa a ensinar apenas a ler e escrever, é muito mais que isso, deveria contar com profissionais que fossem sujeitos e contribuíssem para a democratização em vista da efetivação dos direitos humanos.

Agir contra todas as formas de injustiças é missão desses agentes sociais que foram citados nesse estudo a saber: A missão comum desses atores é agir de forma a contribuir para o discurso pautado nos direitos mais básicos da pessoa humana, dentre eles, o direito de ir e vir, a liberdade, à vida em todo o seu curso de desenvolvimento e o direito de ser diferente. Juntos, eles constituem uma rede de luta e intervenções, de busca em assegurar e efetivar tais direitos, atuam como protagonistas na história das lutas e conquistas, representam as demandas sociais, são contudo, instrumentos que mostram a realidade das diversas classes; uma vez que direitos humanos é fundamentado na não acepção de pessoas “ somos todos iguais em direitos”.

O estado ; age como moderador das demandas, assume o papel de legislar em consonância com o que fora acordado nas legislações e decretos (que foram conquistados mediante a luta de movimentos e entidades), o Estado tem o papel de estabelecer políticas públicas em vista de atender as reivindicações dos devidos direitos dos cidadãos, é ele que deveria agir e intervir quando o direito está sendo sucateado e negado.

A escola, por sua vez vem a contribuir de forma significativa a partir do instante em que ela se torna espaço de discussões de temas e realidade das demandas sociais, em sala de aula, nos projetos extracurriculares e transversais que resgatam a luta das classes sociais que são em si minimizadas pela retórica hegemônica. A escola tende a ser instrumento no momento em que seu projeto político pedagógico valoriza o espaço da trajetória das conquistas políticas e sociais dessas classes hoje vistas como minorias na sociedade brasileira, estamos tratando aqui, da missão que a escola tem de formar nossos educandos para o serem sujeitos; é formar panoramicamente nossos alunos em vista de uma educação em direitos humanos, tornando-os membros, sujeitos de uma sociedade mais justa e igualitária.

Aos MOVIMENTOS SOCIAIS ficam a tarefa de serem também mediadores e a voz da população, traz em suas reivindicações as diversas vozes das demandas sociais que lutam por melhores condições de vida, de trabalho, lutam por direitos e sua plena efetivação, são mobilizadores dos setores sociais. Os movimentos sociais representam a luta pelo direito de igualdade, respeito e dignidade sem distinções, direito à educação de qualidade e inclusiva. Por fim, pontuo alguns movimentos que reconheço tais como; O MST, movimento GLBT, pastoral do menor, pastoral do migrante, Movimento Negro, Justiça e paz da integridade, APAE e entre outras militâncias.

O terceiro passo desse estudo foi o de tratar a temática da escola e as relações de igualdade e diferença, tendo como referencia do o texto de apresentação de Conceição F. Seixas Silva. Para essa última reflexão fomos norteados pelos textos de 2Arroyo que pode ilustrar como se consolida as relações de igualdade e diferença no ambiente escolar, o conceito de normatização foi de fundamental importância para a compreensão e estabelecer um maior entendimento da problematização.

De importância e de grande relevância esse estudo demonstra o quanto nossas práticas dentem a normatizar e colocar em um padrão nossos educandos sem levar em conta o processo socioeconômico, as diferentes e particularidades de cada um. A leitura que se faz é que estamos reproduzindo essa cultura de uma falsa igualdade onde não se respeita a individualidade do sujeito, na sociedade contemporânea e nas escolas de hoje somos mestres em uniformizar e padronizar, a consequência desse fenômeno pode ser claramente percebida nas esferas sociais em que favorecem os indivíduos a se verem como meras máquinas. Cito aqui, em vista de ilustrar, o filme Tempos Modernos de Charles Chaplin, em que forma retrata o homem numa tecnicidade. É sobre essa ótica de tecnicidade e linha de produção que nossos educandos estão expostos. Não se pode consolidar a formação na cidadania se a educação é pautada em um sistema que não leva em conta a individualidade e os cenários. As formas de avaliar, ensinar podem adequar a padrões pré estabelecidos? A inclusão não acontece em uma escola que tende ainda a ser reprodutora dessa normatização, porque fere o direito do outro de ser diferente.
Para concluir, analisamos o ensaio fotográfico “ Ensaios de sala da aula” do fotógrafo Julian Germain em que as imagens retratadas trazem os aspectos de diferentes realidades de sala de aula, contextos culturais, adeptos religiosos, normas de conduta, mas demonstram a unificação de padrões de estruturas de escolas, a maneira como é estabelecida a organização e relações sociais em classe, deste as formas de se posicionaram um grupo de alunos, é visível a distinção por gênero em alguns casos,
2(NOTA) Miguel Arroyo é mestre em Ciência Politica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).Doutor em Educação pela Stanford University, atualmente é professor titular emérito da Faculdade de Educação da UFMG.
3(NOTA) Por normatização compreende-se que é caracterizada como uma ação concreta, seguida de efeitos que carregam em si o poder coercitivo de hierarquizar e tender a padronizar as ações, modos de ser, pensar e agir dos indivíduos. Nos princípios norteadores do discurso da igualdade e da diversidade, esse fenômeno age de forma a desconstruir o sentido da diversidade e das diferenças no âmbito dos direitos humanos. O ato de normatizar, é violento em toda a sua instância, pois, utiliza sempre do pressuposto hegemônico,( padrão), deixando assim, a impossibilidade da acolhida do diferente ( do que não é padrão, do que foge aos ditames da norma), a escola nesse sentido vem sendo protagonista em normatizar os educando, assumindo de tal modo o papel inverso da escola.disso concluímos que; os padrões de normatizações e padronizações ainda é algo de comum entre as escolas de vários países, a tendência de uniformizar os educandos ainda predomina nos sistemas de educação.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FERREIRA, Jhonatan dos Santos. Glossário da Disciplina “Igualdade e Diferença” do Curso de Gênero na Escola da UFMG.UFMG,2014.
SILVA.T.T (2000). A produção social da identidade e da diferença. In: T.T.Silva. Identidade e diferença – a perspectiva dos estudos culturais (p.73-102).Petrópolis, RJ: Vozes.

                   TEXTO DE JHONATAN DOS SANTOS FERREIRA/GDE-UFMG

RAÇA E ETNIA: sinônimos emblemáticos

A categorização de pessoas baseadas nos sinônimos raça e etnia é bem usado, disso podemos considerar que seus significados se confundem, mas  não são em si carregados dos mesmos sentidos. Aqui, vamos de contraposição ao problema da linguagem e aplicabilidade dos termos nas respectivas situações, nesse âmbito, consideramos serem esses sinônimos construtos políticos- sociais, onde podem ser aplicados com base nas ideologias, frente politicas e sistema de sociedade. Tratamos aqui, das sociedades com postura escravista e outra que adota postura não escravista, por tanto o conceito e sua aplicabilidade tenderá sempre a diferenciar. Conceituar raça e etnia supõe que compreendamos antes a polêmica que estes dois sinônimos trazem em sua bagagem linguística e interpretativa.  A raça é denominada uma maneira de categoria social onde podemos usar de conceitos e raciocínio da ciências biológicas  com suas classificações, e também nas ciências humanas; já o termo etnia pode ser caracterizado como uma construção cultural, é o que consideramos nomear de grupo étnico, sendo esse, uma maneira de grupo/sociedade humana que se pauta no viés da aproximação de características /semelhanças  culturais, linguística, religiosas e entre outras.  Não obstante, a correlação desses sinônimos percorrem uma função ideológica e também histórica, onde se fazem presente a predominância da tendência de dominação e inferioridade quando se insiste em classificar e categorizar , quando se tratar de referir a grupos minoritários como os dos negros; o termo raça é útil para justificar numa visão racista e estereotipa em vista de  validar  por exemplo o regime de escravidão, por ser assim o negro tido como inferior, “ uma categoria de servos/feitos para servirem”. Portanto, o termo raça é aplicado comumente como pressuposto de dominação do sujeito, carrega em si a possibilidade de associação negativa e uma prerrogativa de inferioridade  trazida pelo discurso hegemônico .
TEXTO DE : Jhonatan dos Santos Ferreira
 CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA  GDE/NUH – UFMG