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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A AUTENTICIDADE E INAUTENTICIDADE À LUZ DA FILOSOFIA DE MARTIN HEIDEGGER


                                                                    1 INTRODUÇÃO

Martim Heidegger, um pensador que se ateve a investigar o problema do ser, quis com sua filosofia conferir ao ser o seu sentido merecido, isso pelo fato de que a valorização do sentido do ser havia perdido sua espacialidade em um cenário em que persistia uma cultura da técnica, onde tudo era voltado para a representação, o que levava a um esquecimento do ser e que tudo se tornava um mero objeto.
A filosofia heideggeriana presente, sobretudo, em Ser e Tempo, vem ao encontro dessa situação, assumindo assim o papel de estudar a questão do ser do Dasein; termo que Heidegger utiliza para fazer menção ao ser-aí, ser no mundo, ser-lançado às possibilidades. O ser do Dasein é, antes de tudo, ser de possibilidades; é o próprio ser humano que se elege, o Dasein exerce em sua filosofia um posto superior em relação aos outros seres existentes, ao que Heidegger vai chamar de entes intramundanos, ou seja, tudo o que existe e que está acessível ao Dasein, que pode ser manuseado pelo homem Heidegger também considera que o único ser capaz de questionar sobre a sua existência no mundo é próprio ser do Dasein, e neste âmbito ele exerce uma superioridade frente aos entes intramundanos.
A investigação heideggeriana tem como cerne os problemas condizentes à estrutura e primado do ser no mundo, e tem como anseio buscar o sentido do ser.
Neste caso não podemos privar-nos de considerar que filosofia desde o seu início traz em sua essência o caráter investigativo acerca das coisas. Fica a cargo da filosofia existencial, ao que se refere a tênue existência humana, buscar conferir e dar sentido às indagações geradas pelo homem ao tentar compreender a vida e o porquê dela. A filosofia heideggeriana, não obstante outras formas de investigação, traz ponderações pertinentes à tentativa de aproximar-se mais de uma possível resposta as problemáticas advindas da condição de ser no mundo.
Essa pesquisa visa fazer uma breve retomada da visão heideggeriana sobre a condição de ser no mundo e levará em consideração pontos que orientaram a compreensão da autenticidade e inautenticidade à luz da filosofia heideggeriana. Procuremos, num primeiro momento, fazer uma contextualização da postura de Heidegger em relação à tradição Metafísica que, segundo o próprio Heidegger, levava o ser ao seu estado de declínio pelo fato da não distinção entre ser e ente, ao se tentar definir o ser. Posterior a essa abordagem, nos ocuparemos de tratar do caráter da liberdade do Dasein tendo em vista a sua eleição do modo de existir no mundo, o que nos obriga a fazer uma caracterização da autenticidade e inautenticidade existenciais, aproximando assim de uma possível resposta ao questionamento que orientou a elaboração desse trabalho. O questionamento consiste em identificar, nas teses heideggerianas, se o viver autêntico e o inautêntico se instauram apenas na discussão acerca da certeza da finitude humana (morte) ou se atribuímos as interferências do cenário histórico, no qual o indivíduo está inserido.
O objetivo desse trabalho se repousa na necessidade de recorrer também ao tema da morte, mas não de modo aprofundado, pois o ato de retomar o sentido de existir leva o Dasein a se confrontar com o tema da morte, veremos que o caráter da finitude humana está em intrínseca relação com os fenômenos do medo, angústia, temor, fuga, falatório e impessoalidade, fenômenos que nos levarão a compreender como Heidegger dá o passo propedêutico para resposta do sentido de ser no mundo.
As artimanhas presentes na massa, no falatório levam o Dasein a desviar-se da possibilidade de ser autêntico, não aceitar-se enquanto mortal que priva o ser de viver sua autenticidade.
Passemos agora ao desenvolvimento desse trabalho visando elucidar o que foi proposto: a estrutura do Dasein frente as modalidades do existir no mundo e as influências dessas modalidades existenciais na vida do Dasein, levando também em consideração como tem repercutido o caráter da inautenticidade na vida e na socialização do homem.







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