Inicialmente
trataremos de abranger a obra “Antigona” de autoria de Sófocles, a qual narra
um drama ocorrido na Grécia Antiga, sabe-se que apesar de o fato ter seu
desfecho a muito tempo o fenômeno aqui tratado exerce ainda tal predominância
no cenário atual. Não podemos negar o legado das escolas filosóficas da Grécia
antiga sobre o modo de pensar e agir do ocidente até os dias de hoje. A
Tragédia narrada, conta a história da luta de uma irmã que vai contra as ordens
e hegemonia do Rei Creonte, ela vai em desacordo com as normas estabelecidas e
geradas pela dominação de gênero expressa pela pessoa do Rei. Não obstante dos
dias atuais a mulher assume na sociedade um lugar à margem, onde são vistas
como minorias e insignificantes nas tomadas de decisões e intervenções que
outrora deveriam ser democratizadas.
O
paralelo que podemos fazer está relacionado às problemáticas percebidas na
realidade social a qual estamos inseridos. No que tange o uso da democracia e a
inserção da mulher de maneira especifica nos meios políticos de nossa sociedade,
podemos assim, recorrer as duas figuras
femininas colocadas em evidência na obra citada; Antigona e Ismene. Uma
representa o comportamento que era permitido ás mulheres na época, que se
baseia na submissão e obediência, e a outra, representa uma ruptura das normas,
torna-se uma transgressora diante de sua atitude.
A
atitude de Antigona que na condição de mulher denota e interfere de tal modo em
questões politicas e democráticas relacionadas ao modo de governar de um rei. A
partir do instante em que essa interferência se dá pelo não cumprimento da lei
imposta pelo rei, Antigona passa a ser ativa na sociedade , isto é, apesar do
preconceito de gênero, ela atua pautada na sua liberdade e auto reconhecimento
da autonomia e direitos . A atitude dessa imagem feminina favorece para
repensarmos na luta por reconhecimento da ação de muitas mulheres espalhadas
nas várias esferas sociais. Reler essa obra de Sofócles é um convite a
avaliarmos como temos visto as mulheres em seus papeis que ocupam na sociedade
civil. De tal modo, precisamos ainda ouvir os diversos movimentos feministas,
em vista de escutarmos e interpretamos quais são as reivindicações e direitos
almejados.
A
participação da mulher de forma engajada e consciente favorece uma discussão e
reflexão ao que se refere aos sistemas discriminatórios que permeiam ainda
nossa sociedade, instituições, etc. Urge como necessário um espaço que seja
capaz se suspender em juízo essas questões de imposições, do machismo, da onda
de dominação e hierarquia baseada no fenômeno do gênero, trago o termo fenômeno
para caracterizar o termo gênero por ser esse de fato algo que se
manifesta/surgem advindo de uma construção da sociedade. Nossa sociedade é
marcada por um preconceito em relação à presença da mulher nos meios políticos
e no que diz respeito aos direitos sociais, disso, surgem os movimentos
feministas que lutam por efetivação dos diretos igualitários das mulheres. Os
Movimentos feministas vêm denunciando em suas ações todas as maneiras possíveis
que existam em relação as formas de domínio, opressão, desigualdade, abusos,
transgressões dos valores da pessoa humana, oriundos da questão de gênero.
Vale
a pena pararmos e refletirmos quantas Ismenes ainda existem em nossa sociedade
e quantos Creontes são dominadores dos direitos das mulheres. As diversas
expressões do preconceito, da intolerância, da hierarquia que oprime e domina,
é parte do nosso dia a dia, nesse sentido, o papel da escola como interventora
e formadora de opinião e cidadãos passa antes pela ruptura de todos os
estereótipos que possam ser gerados pela questão de gênero.
A escola é uma grande parceira na luta contra esse sistema cristalizado, onde as classes minoritárias são ainda deixadas de lado, onde a intolerância ainda permanece. A luta pela efetivação de direitos deve antes, iniciar na sala de aula, espaço de construção de identidade e de referências, apostar em uma escola que assuma em sua missão o dever de ser protagonista nessa luta pela igualdade e pelos direitos é uma ação concreta para a mudança de cenários.
A escola é uma grande parceira na luta contra esse sistema cristalizado, onde as classes minoritárias são ainda deixadas de lado, onde a intolerância ainda permanece. A luta pela efetivação de direitos deve antes, iniciar na sala de aula, espaço de construção de identidade e de referências, apostar em uma escola que assuma em sua missão o dever de ser protagonista nessa luta pela igualdade e pelos direitos é uma ação concreta para a mudança de cenários.
TEXTO DE: Jhonatan dos Santos Ferreira
Referência
Bibliográfica
SÓFOCLES. A
trilogia tebana. Trad. Mário da Gama Kury. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor.
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