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quarta-feira, 18 de março de 2015

MITO E RAZÃO (LOGOS)

Do mito ao logos no contexto filosófico
Iniciamos por caracterizar o mito como forma e estrutura linguística e  narrativa que se organiza trazendo em seus meandros grandes elementos simbólicos, que por si,  se envolvem com o aspecto sagrado, com a própria cosmogonia, cosmologia e entre as afirmativas éticas ao que diz respeito ao preceito dos homens e suas ações na polis; trata-se do ethos que o mito carrega. O mito também por sua vez conta histórias de personagens que em muitas vezes são personificados com as características atribuídas aos deuses, falam também de lugares, narram em seu enredo a tragédia que em suas entrelinhas exerce um papel pedagógico para o campo da ética e moral e personificação ligados ao pensamento imaginário.
Em contraposição ao mito temos o LOGOS que é a atitude reflexiva e racional que o mito pode oferecer, ou seja, o logos é a forma de reler o mito com base na razão e reflexão, esse é expresso pelo logos que por sua vez vai ao encontro da atividade filosófica que consiste em interpretar as coisas como realmente são.
Passamos agora há uma possível intertextualidade quando trazemos em pauta os Sofistas e Sócrates, discorremos neste âmbito no intuito de colocá-los com defensores do logos, justamente por serem pensadores e utilitários da razão e da reflexão e não mais vinculados ao aspecto meramente mitológico, religioso instaurados no cenário da Grécia Antiga.
Sócrates por sua vez foi um filósofo que surgiu depois dos pré-socráticos que  eram filósofos da physis, ou naturalistas que se preocupavam em encontrar a origem de tudo (cosmologia) nas teses naturalistas, já os Sofistas eram tidos como filósofos viajantes que comercializavam seus ensinamentos, eram dotados de conhecimento, mas agiam de modo não virtuoso, comercializando a sabedoria. Sócrates por sua vez era filósofo que se identificou com o valor da verdade, disso, Sócrates saia pela "Ágora" espécie de praça ensinando os jovens, uma grande preocupação desse pensador era em evitar que a corrupção gerada pela mentira, pudesse adentrar a vida na pólis, ele era o pensador que dialogava a favor da virtude no campo político. Ao contrário dos Sofistas que ensinavam em troca de dinheiro e sem nenhum critério virtuoso.
Vimos portanto, que existe com o surgimento da filosofia uma ruptura com o critério mitológico como forma de saber, na realidade o mito não é banido do pensamento grego, mas a filosofia – reflexão e a razão ocupam seu lugar.

Texto: Jhonatan dos Santos Ferreira

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